22 ago 2024

Como a inteligência artificial vai moldar o futuro do SEO?

Modelos de linguagem generativa estão mudando rapidamente o comportamento de busca do usuário na internet. A consequência? As estratégias de SEO (Search Engine Optimization) também precisam mudar!

Quem trabalha na área já entendeu: com a chegada avassaladora da IA, para nos anteciparmos ao futuro do SEO, é preciso saber identificar os principais fatores que podem nos ajudar a seguir conquistando posições de destaque nas diferentes ferramentas de busca, sejam elas quais forem.

Por aqui, já estamos fazendo a lição de casa e identificamos duas tendências importantes que estão orientando as estratégias que preparamos para os nossos clientes. 

Bora conferir!

1. O Google já tem suas diretrizes para conteúdos gerados por IA

Você já deve ter ouvido por aí os burburinhos sobre a qualidade e a autenticidade dos conteúdos digitais gerados pelos modelos de IA. Há boatos até de que o Google estaria penalizando o ranqueamento de textos criados pelo ChatGPT. Mas, no fundo, não é bem assim.

As principais ponderações da plataforma estão relacionadas aos mesmos princípios de sempre: as páginas devem proporcionar ao usuário uma experiência de busca positiva e conteúdos de alta qualidade, relevantes e confiáveis.

Ou seja, textos gerados por IA que atendam a esses critérios não serão penalizados simplesmente por serem criados por máquinas.

Mas existem, sim, alguns critérios que podem evitar punições do buscador:

  • Originalidade: ferramentas de IA podem ser usadas para auxiliar a criação de conteúdo, mas não substituem a criatividade e a perspectiva humana. Afinal, melhorar a experiência do usuário supõe oferecer múltiplos pontos de vista, sem argumentos pasteurizados. 
  • Transparência: o Google recomenda que os sites sinalizem o uso de IA na geração de conteúdo. Caso contrário podem ser penalizados no ranking de busca. 
  • Clareza, coerência e coesão: o Google utiliza algoritmos avançados, como o BERT e o RankBrain, que podem detectar padrões comuns em textos gerados por IA, como baixa qualidade ou redundância. Textos que não soam naturais ou que têm uma estrutura de frase incomum podem ser sinalizados, assim como repetições ou informações genéricas sem valor agregado, que carecem de coerência e contexto.

2. SearchGPT: uma evolução no modelo de buscas

O SearchGPT, anunciado pela OpenAI recentemente, é uma tecnologia de busca emergente que integra modelos de linguagem avançados, como os utilizados em chatbots. 

Diferentemente dos motores de busca tradicionais que retornam uma lista de links baseados em palavras-chave, o SearchGPT é projetado para entender e responder a perguntas de forma mais natural e contextual, considerando até mesmo o tom e as nuances específicas na forma como as perguntas são feitas​.

Assim, ele pode fornecer respostas detalhadas em uma única interação, similar a um diálogo, o que melhora a experiência do usuário ao buscar informações​.

Esse modelo de IA pode mudar definitivamente a forma como aprendemos a fazer SEO: a importância das palavras-chave tradicionais tende a diminuir, sendo substituídas por uma maior ênfase em conteúdos contextuais e semânticos. 

Para atender a esses novos critérios, o trabalho de SEO deve focar em tópicos abrangentes e relevantes que respondam perguntas para terem mais chances de destaque nos resultados fornecidos pelo SearchGPT.

Mas o Bing já não faz isso?

Desde a integração de modelos de linguagem avançados como o GPT-4, o Bing, buscador da Microsoft, passou a oferecer respostas mais contextuais e conversacionais, características centrais da estratégia do SearchGPT.

Na prática, o Bing já está ativo e disponível para o público com essas funcionalidades. 

Por sua vez, o SearchGPT ainda está sendo discutido como uma evolução ou adaptação futura que pode ser integrada diretamente nas páginas de resultados de busca, fornecendo resumos ou respostas no topo dos resultados tradicionais.

Isso muda a dinâmica do tráfego para sites, já que os usuários podem obter a informação que precisam sem clicar em um link e impacta a forma como produzimos conteúdos baseados em estratégias de SEO. 

Para garantir que nossos sites e blogs continuem relevantes e visíveis vale a pena adotar alguns caminhos:

  • Publicar artigos de “pilar” que cubram extensivamente um tema e criar conteúdo relacionado que linke de volta a esses artigos, promovendo uma estrutura de conteúdo interconectada para aumentar a autoridade do site.
  • Identificar e responder a perguntas frequentes relacionadas ao seu nicho, de forma clara e direta, para aumentar as chances de aparecer nos “featured snippets” ou na seção “People Also Ask”.
  • Usar infográficos, vídeos e conteúdo interativo que agregam valor e incentivam o compartilhamento e engajamento, algo que os modelos de linguagem pura não podem substituir facilmente.
  • Adaptar o conteúdo para se alinhar com a pesquisa por voz, que geralmente envolve buscas mais conversacionais. Isso significa focar em frases long-tail e perguntas em linguagem natural que refletem como as pessoas falam em vez de como elas escrevem. 
  • Aumentar a visibilidade do autor e a credibilidade do site ao publicar biografias detalhadas, links para publicações anteriores e referências externas, reforçando o EAT (Expertise, Autoridade e Confiabilidade), um critério importante para os algoritmos do Google, especialmente em áreas sensíveis como saúde e finanças.
  • Como os modelos de linguagem preferem respostas atuais e confiáveis, é importante estabelecer um calendário de revisões de conteúdo para garantir que as informações estejam sempre corretas e atualizadas.
  • Incentivar os usuários a interagirem com o conteúdo pode influenciar positivamente o ranking. Assim, vale reforçar as chamadas para ação (CTAs) que incentivem o engajamento direto, como comentários ou discussões nas redes sociais, ajudando a aumentar a visibilidade através de sinais sociais.

Já podemos dizer que é o fim da supremacia Google?

O Google também está intensificando suas iniciativas para tornar a busca mais conversacional, integrando tecnologias avançadas como o modelo MUM (Multitask Unified Model) e o Search Generative Experience (SGE).

O objetivo é permitir que os usuários façam perguntas complexas e recebam respostas mais detalhadas e contextuais, semelhantes a uma conversa.

Além disso, com o lançamento do Bard, um chatbot de IA, o Google está entrando no campo das interações dialogadas, competindo diretamente com outras IAs conversacionais, enquanto continua a personalizar as respostas de busca com base no histórico e nas preferências dos usuários.

Ou seja, respondendo à pergunta acima: não, não estamos necessariamente diante do fim da supremacia do Google, mas estamos diante do fim do Google como conhecemos. 

Mais do que isso, estamos diante de uma mudança radical na forma em que realizamos buscas na internet e, portanto, na forma como pensamos e produzimos conteúdos para responder a essas buscas e proporcionar a melhor experiência ao nosso público.