04 set 2024

Vale a pena investir em influenciadores internos?

De acordo com levantamento da Aberje, no ano passado, 67% das empresas brasileiras já contavam com ou pretendiam criar programas de influenciadores internos. Será que eles vieram mesmo para ficar, ou só estamos diante do novo hype do momento? 

Já faz algum tempo que nossos clientes têm adotado programas de influenciadores internos como parte de suas estratégias de comunicação corporativa. E dando uma rápida olhada no mercado, é fácil encontrar grandes marcas e empresas apostando nesse caminho, o que corrobora o levantamento da Aberje (2023) que citamos aí em cima.

Afinal, desde que as redes sociais passaram a fazer parte da nossa vida, somos todos fonte de informação e queremos compartilhar nossos pontos de vista sobre os mais diferentes assuntos. Nada mais natural que esse movimento atinja em cheio as empresas, suas marcas e sua reputação. 

Mas houve um tempo em que as coisas não eram bem assim, e vale a pena entender o que mudou nessa história para chegarmos até aqui. 

Uma mudança (radical!) de contexto 

Quem está no mercado há mais de 20 anos sabe que, décadas atrás, era impensável falar publicamente sobre a “verdadeira verdade” vivida no ambiente de trabalho. 

Naquele momento, iniciativas como o “Great Place to Work” começaram a ganhar força para difundir e incentivar a construção de ambientes de trabalho menos rígidos. A  verdade, no entanto, é que muitos dos temas mais sérios e delicados vivenciados pelas equipes ficavam de fora das discussões.

A crescente ascensão e popularização das redes representou uma guinada nesse contexto, rompendo os muros do universo corporativo. 

Assim, aqueles assuntos que as lideranças mais tradicionais desejavam que jamais virassem fofoca ou conversa de corredor, hoje rapidamente caem na boca do povo e podem se transformar em um debate público e acalorado no LinkedIn. 

Ao mesmo tempo, as iniciativas mais inspiradoras das empresas junto aos seus funcionários também viram pauta nas redes, mostrando os dois lados dessa valiosa moeda. 

Para completar, em 2020 a pandemia colocou boa parte da força de trabalho para atuar dentro de casa, criando a necessidade de fortalecer o trabalho de construção de cultura também de forma online – e o alinhamento dos diferentes braços das comunicações internas e externas foi fundamental para dar conta do recado.

A consequência dessa combinação de fatores? 

Hoje não dá mais para separar a cultura interna de uma empresa de sua reputação pública, e isso, aliás, de acordo com o Relatório Gaining Advantage 2023, impacta diretamente seu valor de mercado (e quem ainda não se deu conta dessa mudança pode estar correndo sérios riscos). 

O que os influenciadores internos têm a ver com isso? Eles representam uma ponte poderosa para apoiar esse trabalho com consistência!

O que dizem os dados?

Os influenciadores internos trazem em si a possibilidade de criar narrativas potentes por meio de ações internas, conversas, bate-papos informais, mas também por meio das redes sociais. 

Para dar uma dimensão dessa força, reunimos aqui alguns números que falam por si:

  • Mensagens corporativas têm 5X mais alcance quando compartilhadas por colaboradores do que quando postadas nos canais oficiais das empresas (Fonte: MSLGroup)
  • Além disso, elas abocanham 8X mais engajamento se forem postadas pelos próprios colaboradores (Fonte: Social Media Today)
  • Usuários do LinkedIn têm 3X mais probabilidade de confiar nas informações da empresa compartilhadas por funcionários, do que nas compartilhadas por um CEO ou pela própria empresa (Fonte: LinkedIn)
  • Para completar, vale dizer que 65% dos compradores mudaram sua percepção sobre uma empresa depois de acompanhar as postagens de seus colaboradores no LinkedIn (Fonte: LinkedIn)

Ou seja, mais do que nunca, é fundamental que as organizações dediquem esforços, tempo, planejamento, ações e estratégias para se manterem coerentes, mostrando que seu posicionamento e seu discurso refletem, de fato, a sua prática – e os influenciadores internos representam uma ótima oportunidade para mostrar isso. 

Nossa experiência (ou, quando tudo era mato) 

Muito antes da popularização do termo “influenciadores internos”, aqui na Elos nós já desenvolvíamos projetos baseados em construir e fortalecer cultura a partir da expertise, do carisma e dos conhecimentos do público interno dos nossos clientes. 

Um deles nasceu em 2018, quando criamos um canal de vídeos voltado aos prestadores de serviço de uma das maiores seguradoras do país. 

Apresentado pela líder da área, em linguagem acessível e bem-humorada, os programas se firmaram como um meio poderoso de compartilhamento de informações relevantes e da cultura da empresa junto a esse público (sem contar que a apresentadora se tornou uma verdadeira influencer, reconhecida quase como uma celebridade internamente). 

Outra das nossas experiências pioneiras foi a criação de um canal no YouTube alimentado por vídeos com dicas de especialistas internos, voltadas para atender às principais dores, dúvidas e necessidades dos clientes de uma empresa líder do mercado de compressores de ar. 

Compartilhados no canal e reverberados nas redes sociais da marca, os vídeos ajudaram a consolidar a imagem dos colaboradores apresentadores como especialistas em suas áreas, enquanto fortaleciam a marca como referência relevante em conhecimentos sobre o mercado. 

Nossa resposta para a pergunta? Sim, vale muito a pena (e pede o devido cuidado!)

Sim, contar com influenciadores internos é uma ótima maneira de construir a reputação e reverberar a força de uma marca e de uma cultura corporativa de dentro para fora, e vice-versa. 

Mas para que esse ciclo seja realmente virtuoso, além de coerência entre discurso e prática, é preciso contar com uma estratégia clara e muito bem desenhada, além de oferecer o apoio necessário para o alinhamento e acompanhamento do grupo, é claro.